Que os cofres da Junta não estão de boa saúde, já se sabia. Que o pagamento aos fornecedores e prestadores de serviços está atrasado, também se vai ouvindo. Que a Junta tem muitas facturas em atraso, é o que consta.
O que os Taipenses não sabem é que a Junta deve senhas de presença aos membros da assembleia de freguesia do mandato passado. Embora as tenha recebido do governo.
Leio hoje, nos jornais digitais de circulação nacional e na rádio, que o governo PS, através do Ministério das Finanças, vai "intensificar a fiscalização aos beneficiários do rendimento de inserção social".
Embora se saiba que a despesa do estado com esta medida é quase insignificante no conjunto das despesas sociais inscritas no orçamento geral do estado, aceito a preocupação socialista como manifestação de rigor e de ética. Pena é que o governo não tenha o mesmo ou idêntico procedimento relativamente a outras despesas.
Fiscalização por fiscalização, talvez o governo fizesse melhor em mandar apurar responsabilidades em subsídios muito mais graúdos e suculentos do que em dar prioridade e badalar contra desempregados, idosos e novos pobres. Se o governo quer moralizar o uso dos dinheiros públicos que concede, comece por investigar- com vontade de apurar a verdade - os milhões de euros de que beneficiaram e beneficiam a "lavoura" e a indústria e que além de muitíssimo mais suculentos e de efeitos muitíssimo mais nocivos ao erário público e ao dinheiro dos contribuintes, além de desmascarar muita demagogia faziam reverter para o estado milhões e não tostões.
Mas o governo PS resolveu fiscalizar os mais necessitados, deixando na escuridão os grandes e poderosos que antes como hoje comem tudo e passam por sérios, honrados e beneméritos.
Ao escolher os pobres para dar provas de rigor e ao deixar sem magoar os poderosos, o governo confessa de que lado está. O resto é ilusionismo.